NOITE NO ESCURO



Nosso lar. Um local que deveria ser tranquilo e permitir o repouso após um dia agitado e cansativo.
Mas será que mesmo no silêncio de nossos lares podemos dizer que estamos desacompanhados e seguros?

O Relato descrito abaixo mostra que não é bem assim!

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Até hoje eu não tenho uma explicação lógica para o que aconteceu naquela noite.
Eu raramente conto essa história para alguém, mas depois de ver todos os relatos que tem por aqui, eu resolvi contar ela para vocês.


Era o mês de janeiro e os meus filhos estavam de férias e a minha esposa também tinha tirado férias no trabalho, então acabou levando a criançada para a praia, e eu fiquei sozinho em casa, mas iria encontrar eles no final de semana, na praia.
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Era uma terça-feira. Era noite e eu já estava em casa, relaxando depois de um dia de trabalho.
Estava no sofá da sala, comendo um sanduíche com refrigerante, vendo seriados de comédia na TV a cabo.
Lá fora estava um desses bruta temporais de verão
que inundam a cidade inteira.
De tempo em tempo um raio caia perto de casa, soltando aquele trovão ensurdecedor.
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Então um raio caiu perto de casa, soltando um trovão ensurdecedor quase que no mesmo instante, e me deixando na mais completa escuridão.
Ótimo, era tudo o que eu precisava, sozinho em casa, as 8:30 pm sem ninguém para conversar e sem TV para assistir.
Eu simplesmente continuei comendo o meu sanduíche. Tinha decidido ir procurar as velas depois do meu "jantar".
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Um pouco antes de acabar de comer, a chuva parou tão inesperadamente como quando tinha começado.
Só que eu podia ver alguns raios caindo um pouco longe, momentaneamente iluminando a casa sempre que rasgavam o céu.
A casa mergulhou num silêncio absoluto.
Depois de ter comido o meu sanduíche a preguiça bateu e eu decidir não ir procurar vela naquele instante, decidi deitar mais ainda no sofá e tirar um cochilo até a luz voltar.
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E lá eu dormi por um bom tempo. Então acordei no meio da noite sentindo um vento batendo em mim.
Eu estranhei, pois todas as janelas estavam fechadas.
Eu olhei para o meu relógio de pulso e era 1:48 am.
Eu estava com as costas completamente doídas, e decidi que era melhor ir dormir na cama, mas antes ia ver de onde estava vindo o vento, pois talvez o temporal tivesse aberto ou quebrado alguma janela.
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Eu acabei encontrando a janela da cozinha aberta.
Eu achei estranho, pois é uma janela difícil de abrir e eu me lembrava de ter fechado ela quando começou chover.
Mas como é uma dessas janelas basculante de cozinha que não dá para ninguém passar, eu não me preocupei com aquilo e resolvi ir para a cama.
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Só que no que eu entrei na sala, eu ouvi um barulho vindo do andar de cima, onde ficavam os quartos.
Era alguma coisa pequena caindo no chão.
Eu pensei que provavelmente devia ter mais alguma janela aberta, e que o vento tinha derrubado algo, mas logo após eu ouvi algo que me gelou a alma, passinhos de criança correndo.
Eu fiquei quieto tentando ouvir mais alguma coisa, mas não ouvi mais nada, os passinhos tinham parado.
Eu tentei me acalmar me dizendo que talvez fosse um gato, que tinha entrado pela janela da cozinha ou através de alguma outra lá de cima que estivesse aberta ainda.
Depois de um tempo sem ouvir nada continuei andando na direção da escada, mas antes de chegar lá, ouvi aqueles passinhos de novo.
Dessa vez eu sabia que não era gato, um gato não andava daquele jeito.
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Eu fui até o interruptor na parede, para ver se a luz tinha voltado, mas nada, sem energia ainda.
Eu fiquei parado, mas não cheguei a ouvir mais nenhum som novamente.
Eu fui até a escada e comecei a subir ela bem devagar.
Eu coloquei a minha cabeça na altura do piso do segundo andar e comecei a procurar o que quer que fosse que estava fazendo aquele barulho, mas não vi nada.
Eu estava subindo bem devagar para o segundo andar, prestando bastante atenção, olhando cada canto escuro para ver se via algo, quando do andar de baixo veio um grito feito nenhum grito que já tinha ouvido. Parecia um trem freando.
Era agudo e estridente e MUITO alto.
Quando eu ouvi aquilo o meu coração quase pulou pela minha boca, e então eu saí correndo para o meu quarto.
Quando eu saí da escada e fiz a curva na direção do meu quarto eu ouvi os passinhos lá dentro.
Na hora eu virei para o outro lado e entrei no banheiro das crianças e me tranquei lá dentro.
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Uma coisa bem covarde de se fazer, mas eu não queria saber nem um pouco o que eram aqueles passinhos e o que tinha dado aquele grito no andar de baixo.
Eu ainda estava pensando o que ia fazer, quando a porta do armário que tem em baixo da pia abriu violentamente, como se alguém tivesse chutado ela por dentro.
Eu abri a porta do banheiro, fechei ela atrás de mim e fiquei sem saber para onde correr.
Eu podia ouvir o barulho lá dentro do banheiro, de alguma coisa pulando na pia. Eu estava completamente apavorado.
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Eu resolvi descer correndo a escada e ir para o meu carro para sair de casa e só voltar com a luz do dia, mas quando eu pisei no primeiro degrau na escada eu vi uma coisa parada lá em baixo, no pé dela.
Como tinha muita pouca luz vindo do lado de fora, não dava para ver direito o que era, mas de repente a energia voltou mas uns três segundos depois ela acabou de novo.
Nesses três segundos deu para ver um pouco o que era aquilo, ou o que parecia ser.
Era um homenzinho muito magro, com uma pele avermelhada e vestia uma roupa cinza, mas bem esfarrapada, tinha o cabelo bem preto e completamente embaraçado. Não parecia ter mais que uns 50 cm de altura.
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Quando a luz voltou e apagou, o meu olho desacostumou com o escuro e eu já não consegui ver mais nada agora.
Eu não sabia se aquele homenzinho ainda estava lá embaixo ou se ele tinha fugido para o outro lado, ou pior, se ele estava subindo a escada. Eu simplesmente me virei e corri no escuro para o quarto dos meus filhos e me tranquei lá dentro, prestando atenção para ver se eu ouvia algum som vindo de dentro do quarto. Nada. O que quer que fosse que tinha lá fora, não tinha nenhum deles naquele quarto.
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Eu fiquei lá dentro até amanhecer, ouvindo aqueles homenzinhos correndo lá fora, mexendo nas coisas.
Quando o sol começou a aparecer, a casa ficou em silêncio, mas eu esperei ficar um pouco mais claro antes de sair do quarto que eu estava. Quando eu saí, comecei a fazer uma ronda na casa, procurando por qualquer sinal que eles estavam ainda estavam por lá.
Mas acontece que nem sinal de que eles estiveram lá eu encontrei.
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Eu fui até a cozinha e a janela estava aberta de novo.
Acho que foi por ali que eles entraram e que depois saíram.
Mais tarde quando eu voltei do trabalho, eu procurei na casa inteira e não encontrei nada.
Antes de ir dormir eu fui ter certeza de que a todas as janelas da casa estavam bem fechadas.
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Eu não sei o que eram aqueles homenzinhos, como chegaram na mminha casa e o que queriam, e nunca mais vi sinais deles, e espero nunca mais ver de novo.

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Luiz Antônio - Alphaville
Barueri - S.P.
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